José Malhoa
Festejando o São MArtinho, 1906
Óleo sobre tela
151 × 200 cm
Museu Nacional da Arte Contemporânea no Chiado
Historial
Adquirido pelo Legado Valmor ao artista em 1908 – 09. Integrado no MNAC em 1911.
Exposições
Paris, 1907; Rio de Janeiro, 1908, 78, p.b.; Lisboa, 1909, 70, p.b.; Lisboa, 1911, 87; Madrid, 1912; Barcelona, 1912; Lisboa, 1913, 2; Lisboa, 1928, 49; Caldas da Rainha, 1950; Lisboa, SNBA, 1983, 54, p.b.; Lisboa, MNAC, 1, cor; Paris, 1987, 179, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 179, cor e p.b.; São Paulo, 1996, cor; Rio de Janeiro, 2003, 26, cor; Lisboa, 2005; Caldas da Rainha, 2005, 27, cor.
Pintura realisticamente construída, identifica-se com um imaginário mítico de “portuguesismo”, forjado por Malhoa, facilmente aceite por um gosto popular e ajustado a uma suposta identidade nacional. O pormenor descritivo, a narratividade e a observação detalhada das várias fases da bebedeira integram o retrato colectivo destas figuras reais captadas no local, conhecidas do artista e nomeadas por António Montês, no interior soturno de uma taberna: O Regedor, sóbrio (também retratado em pose, individualmente, em 1903), prepara-se para comer uma sardinha no pão, caracterítico petisco português, O Carriço, Jerónimo Godinho, Alfredo Ventura (retratado individualmente), Júlio Soares Pinto e Julião dos Santos. Sentados e encostados desalinhadamente em torno de uma mesa, em posições diversificadas, tanto numa aparente lucidez, como em desequilíbrio, passam de um estado de pré-inconsciência ao sono profundo. Esta análise particular, assim como a revelação do estatuto profissional dos indivíduos que se adivinha pela apresentação minuciosa do seu trajar, e, o tratamento expressivo dos rostos, constituem as características fundamentais da aprovação e bom acolhimento deste quadro, garantindo o sucesso nas críticas da época e subsequentes, apesar da singularidade desta temática na pintura portuguesa.
O tema tinha sido já abordado por Malhoa em A volta da romaria (1901), A procissão(1906), Basta, meu pai (1910) em composições ensolaradas, sempre observadas em Figueiró dos Vinhos, terra de eleição do artista. A cena, situada nesta terra das imediações de Coimbra, integra-se num vasto conjunto de obras do autor, ligadas a um modo de viver rústico localizado, mas que se desenvolve em projecções proporcionais a uma idealizada construção de vivências nacionais rurais e pitorescas, tanto nos seus prazeres como nos seus vícios.
Antecedido por vários estudos a lápis e a óleo, este quadro emblemático de Malhoa relaciona-se com o conhecido O Fado (1910), da colecção do Museu da Cidade, formando um “díptico” do imaginário de Malhoa sobre os costumes populares da cidade e do campo.
Maria Aires Silveira
Adquirido pelo Legado Valmor ao artista em 1908 – 09. Integrado no MNAC em 1911.
Exposições
Paris, 1907; Rio de Janeiro, 1908, 78, p.b.; Lisboa, 1909, 70, p.b.; Lisboa, 1911, 87; Madrid, 1912; Barcelona, 1912; Lisboa, 1913, 2; Lisboa, 1928, 49; Caldas da Rainha, 1950; Lisboa, SNBA, 1983, 54, p.b.; Lisboa, MNAC, 1, cor; Paris, 1987, 179, cor e p.b.; Lisboa, 1988, 179, cor e p.b.; São Paulo, 1996, cor; Rio de Janeiro, 2003, 26, cor; Lisboa, 2005; Caldas da Rainha, 2005, 27, cor.
Pintura realisticamente construída, identifica-se com um imaginário mítico de “portuguesismo”, forjado por Malhoa, facilmente aceite por um gosto popular e ajustado a uma suposta identidade nacional. O pormenor descritivo, a narratividade e a observação detalhada das várias fases da bebedeira integram o retrato colectivo destas figuras reais captadas no local, conhecidas do artista e nomeadas por António Montês, no interior soturno de uma taberna: O Regedor, sóbrio (também retratado em pose, individualmente, em 1903), prepara-se para comer uma sardinha no pão, caracterítico petisco português, O Carriço, Jerónimo Godinho, Alfredo Ventura (retratado individualmente), Júlio Soares Pinto e Julião dos Santos. Sentados e encostados desalinhadamente em torno de uma mesa, em posições diversificadas, tanto numa aparente lucidez, como em desequilíbrio, passam de um estado de pré-inconsciência ao sono profundo. Esta análise particular, assim como a revelação do estatuto profissional dos indivíduos que se adivinha pela apresentação minuciosa do seu trajar, e, o tratamento expressivo dos rostos, constituem as características fundamentais da aprovação e bom acolhimento deste quadro, garantindo o sucesso nas críticas da época e subsequentes, apesar da singularidade desta temática na pintura portuguesa.
O tema tinha sido já abordado por Malhoa em A volta da romaria (1901), A procissão(1906), Basta, meu pai (1910) em composições ensolaradas, sempre observadas em Figueiró dos Vinhos, terra de eleição do artista. A cena, situada nesta terra das imediações de Coimbra, integra-se num vasto conjunto de obras do autor, ligadas a um modo de viver rústico localizado, mas que se desenvolve em projecções proporcionais a uma idealizada construção de vivências nacionais rurais e pitorescas, tanto nos seus prazeres como nos seus vícios.
Antecedido por vários estudos a lápis e a óleo, este quadro emblemático de Malhoa relaciona-se com o conhecido O Fado (1910), da colecção do Museu da Cidade, formando um “díptico” do imaginário de Malhoa sobre os costumes populares da cidade e do campo.
Maria Aires Silveira
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