terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Margens do Rio Nabão, Tomar


António Carvalho da Silva Porto
Margens do Rio Nabão, Tomar, 1886
Óleo sobre madeira
37,5 × 56,5 cm

Museu Nacional da Arte Contemporânea

Historial
Oferecido pelo autor a Columbano Bordalo Pinheiro, que o doou ao MNAC, em 1915.

Exposições
Lisboa, 1886, 110; Lisboa, 1894, 133; Paris, 1931, 48; Lisboa, 1932; Porto, 1993, 219, cor; Lisboa, 1950, 9; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2010.

Durante toda a década de oitenta Silva Porto viajou amiúde pelo país, inventariando os lugares com a nova paleta aberta à luz e ao colorido local. A cor terrosa e o azul esbranquiçado do céu fazem-se dominantes no entendimento da luz. A pincelada é espessa e lenta anulando a reprodução dos valores próprios dos referentes, como é o caso do rio. A distribuição da paisagem por áreas bem definidas vincula uma composição ritmicamente triangulada. A presença de uma figura, vaga, vem levantar um impasse que se prolongou pela obra do artista e que consiste na importância dada a esta – como aprendeu com Cabanel e viu em Troyon, – ou na indiferença que dela prescinde, como foi o caso do seu mestre Daubigny. Silva Porto nunca optaria definitivamente, desenvolvendo antes ambas as atitudes, numa postura algo indecisa.

Pedro Lapa

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