sábado, 10 de dezembro de 2016

Poveiro



José Júlio de Sousa Pinto
Poveiro, 1893
Pastel sobre papel
42 por 34, 5

Museu Nacional Soares dos Reis

Figura de homem velho, em busto, ligeiramente voltado para a direita, com o rosto inclinado para a esquerda e o olhar dirigido para o mesmo lado. Tem um barrete castanho, cingido à cabeça, de onde saem alguns cabelos negros que contrastam com a barba, mais cinzenta e branca. O rosto e o pescoço são marcados por rugas acentuadas. Aparenta ser figura popular, pela forma de trajar simples e pouco cuidada. Veste camisa branca com decote ligeiramente aberto, a que se sobrepõe o que parece ser um casaco, de tons amarelos com as sombras marcadas a azul. A luz que incide na figura projecta-se a partir do lado direito.
A Casa-Museu Fernando de Castro foi a residência de Fernando de Castro (1888-1946), negociante, poeta, caricaturista e coleccionador. Durante a sua vida reuniu um número significativo de peças e decorou a sua casa, com o objectivo de nela criar um museu. Tendo falecido sem ter concretizado essa intenção, sua irmã e única herdeira, Maria da Luz de Araújo e Castro, veio satisfazer este desejo através da doação feita por ela ao Estado do imóvel e recheio da actual Casa-Museu Fernando de Castro. Pelo decreto-lei n.º 385/60, publicado no Diário de Governo, n.º 261 - 1ª série, de 15 de Dezembro de 1951, passou a Casa-Museu Fernando de Castro a ficar anexa ao Museu Nacional de Soares dos Reis que tomou conta da sua administração em 22 de Abril de 1952. A etiqueta que consta no reverso, no contraplacado, da "Exposição de homenagem ao mestre Sousa Pinto, Salão Silva Porto, Março 1932, Quadro nº 110" (este número encontra-se tapado com uma etiqueta retangular, que foi cuidadosamente levantada para observação). A brochura da exposição conta com 102 obras expostas o que exclui esta pintura do elenco das obras. Poderia ser extra catálogo? No Boletim do Salão Silva Porto dedicado ao pintor no ano da morte, 1939, (Vd. Bibl.) esta obra já é apresentada como propriedade de Fernando de Castro. Neste Boletim confirma-se a hipótese adiantada de que é uma obra apresentada na Exposição de 1932.

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